22 dezembro 2014

Carta da presidência da ABC encaminhada à revista Veja

Defesa da Ciência Brasileira e de notáveis cientistas nacionais

20/12/2014
A revista Veja publicou, em 06/12/2014, matéria que diminui a Ciência Brasileira e também notáveis cientistas nacionais, tomando por base a publicação de artigos em revistas científicas "open access", por ela classificadas como sendo de baixa qualidade.

A discussão de qualidade em ciência é sempre importante e necessária, mas a forma de fazê-lo tem que ser mais exata e transparente. Não foi o que aconteceu com a reportagem da Veja.

Com base em publicações científicas em revistas com revisão por pares bem classificadas internacionalmente, cabe ressaltar ser notável o patamar alcançado pela ciência brasileira na última década, tanto em termos quantitativos como qualitativos. Ocupar a 13a posição no ranking mundial como nação produtora de ciência de qualidade é motivo de orgulho para a população brasileira. Ao mesmo tempo, em várias áreas da Ciência, o Brasil tem posições de destaque em termos da média de citações em relação à média mundial, a qual normalmente concentra-se nos países cientificamente avançados (InCitesTM, Web of Science). Isso só foi possível graças às agências de fomento à pesquisa científica, principalmente a CAPES.

Se o Brasil em todos os rankings internacionais ocupasse posição semelhante à que ocupa na ciência, pertenceríamos ao rol das nações desenvolvidas.

Classificar todas as revistas "open access" como de baixa qualidade é uma grande falácia. Isso não quer dizer que neste grupo de revistas não haja aquelas de baixa qualidade científica, como também ocorre com as revistas impressas. Nas áreas biológicas, as revistas de acesso livre, por exemplo, vêm ocupando posição relevante e alcançando impactos elevados. O mesmo acontece na área de Química, em que a maior sociedade científica de Química do mundo, a American Chemical Society, possibilita aos autores que seus artigos estejam livres para consulta na web.

Outro aspecto essencial sobre as publicações é que o valor de um artigo científico reside mais no seu conteúdo, do que no do veículo de sua divulgação. O Brasil deve se orgulhar do cientista Carlos Chagas ter publicado, na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, todos os dados básicos sobre uma nova doença, a doença de Chagas, indo desde a descoberta do agente etiológico à patologia,  e à biologia do vetor da doença que levou seu nome. Graças a artigos como o de Carlos Chagas, as Memórias do Instituto Oswaldo Cruz gozam de grande prestígio internacional.

Assim, o artigo supracitado da Veja perde sua razão de ser. Os destaques e ataques pessoais a notáveis cientistas brasileiros são inaceitáveis. Os citados nessa reportagem publicam artigos que tem excelentes índices de citações em periódicos de alto impacto, eventualmente sim, em revistas "open access", até como instrumentos de difusão e de demonstração que acessibilidade ao conhecimento é fundamental para o crescimento científico da humanidade. Cabe-nos, então,  rejeitar de forma veemente esses ataques que julgamos absurdos.

 A Diretoria da Academia Brasileira de Ciências
 




08 dezembro 2014

Debate sobre cemitérios industriais e tecnópoles na Região Metropolitana da Porto Alegre (RMPA)


Observatório das Metrópoles
Rede Interinstitucional e Multidisciplinar de Pesquisa
Instituto Latino-americano de Estudos Avançados


Convidam para o debate:


Cemitérios industriais e tecnópoles: 
configurações e temporalidades da indústria na RMPA

Expositores:
Dra. Ana Clara Fernandes (CAp/UFRGS)
Dr. Iván G. Peyré Tartaruga (FEE/RS)

Debatedor:
Dr. César Ávila Martins
(PPG Geografia/FURG)

 DIA 11 de Dezembro (quinta-feira)
das 14 as 17 horas
Auditório do ILEA – Campus do Vale



O Observatório das Metrópoles - Núcleo Porto Alegre, Rede Interinstitucional e Multidisciplinar de Pesquisa (RIMP) vinculada ao ILEA/UFRGS convida para o debate "Cemitérios Industriais e Tecnópoles: configurações e temporalidade da indústria na RMPA". Trata-se da atividade de final de ano do Observatório das Metrópoles quando serão apresentadas duas teses de doutorado produzidas no Programa de Pós-graduação em Geografia da UFRGS e no âmbito das pesquisas do Observatório e defendidas no ano de 2014. A tese de Ana Clara Fernandes trata das áreas industriais abandonadas da cidade de Porto Alegre, tendo como foco o chamado "Quarto Distrito" da capital (bairros Navegantes e São Geraldo), analisando sua inserção (ou não) nas novas dinâmicas da metrópole, seja em nível local, seja na nova economia metropolitana globalizada. A tese de Ivan Tartaruga aborda os espaços de inovação da nova economia industrial do RS, tendo como foco os polos tecnológicos localizados especialmente em Porto Alegre e Vale do Sinos. As duas teses tratam dos espaços industriais e contribuem para a compreensão da metrópole e da região metropolitana na contemporaneidade. Como debatedor teremos o Professor César Martins da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), pesquisador CNPq na área de geografia econômica e geografia industrial.    

Observatório das Metrópoles
Núcleo Porto Alegre
Campus do Vale/ UFRGS - Prédio 43322 - sala 102
051 33087161